sábado, 5 de abril de 2008

INTERVENÇÕES

“Um dia, no centro da cidade, jogando com nossa arte, um transeunte que nos observava perguntou a outro transeunte que já nos havia visto outro dia: - O que é isso? E o outro respondeu: - É a Cia do Chapéu! Tudo começou a fazer mais sentido a partir daí!”.

Isso foi apenas o início de uma investigação sobre o corpo e os espaços que poderíamos ocupar pela cidade, pois em ação, somos interatores que nos apropriamos do espaço e damos um novo significado para ele, transformando a paisagem com nossa ação e questionamentos.
Ocupamos praças, paradas de ônibus, ruas, monumentos, ônibus coletivos e até shopping, objetivando causar um estranhamento/reflexão em quem assiste.

Propomos uma reflexão entre CORPO X CIDADE e consequentemente avançamos numa discussão entre CORPO X SOCIEDADE, que inevitavelmente estão inseridos neste espaço. Refletimos com nossas ações sobre o paradoxo de sermos livres e ao mesmo tempo regrados, ou seja, temos liberdade de pensar/desejar, mas estancamos nos limites do tempo, do espaço e das regras sociais.

Sabemos que o espaço urbano é um reflexo social, econômico, histórico e arquitetônico, e este nos proporciona indagações sobre a nossa presença/existência. Por isso para a realização das intervenções, podemos pensar no Espaço percebendo qual intervenção deve ser realizada, ou ao refletirmos na ação imaginando o espaço para sua realização.

A partir de tais intervenções, nos posicionamos nesta relação entre CORPO X CIDADE X COTIDIANO, com uma ação real ou ampliada e utilizando os recursos mais simples possíveis. Mudamos o ambiente visualmente, para desencadear reações no cotidiano dos transeuntes e observadores.
Investigamos intervenções cênicas-urbanas, na qual ação do interator e a comunicação visual da ação, trabalham tanto numa dimensão microespacial, no sentido de interferir sutilmente na paisagem cotidiana, quanto macroespacial, avançando numa comunicação visual e numa modificação direta com o meio- histórico – espacial,

Espaço: Ônibus – Exploramos o sentido do coletivo, do plural, que ao mesmo tempo é individual. Propomos ações neste espaço em movimento e efêmero, inserindo ações cotidianas e extra-cotidianas.

Espaço: Praça – Neste espaço, investigamos a interferência no cotidiano, pois ao mesmo tempo é um local de aglomeração e é uma referência espacial, histórica e arquitetônica. Para o público (observadores, trabalhadores e transeuntes) é um espaço de encontro, de estada ou partida, e para nós suas reações são pontos de análises.

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