segunda-feira, 27 de abril de 2009

Chapeleiro Thiago responde...


O que é ser chapeleiro? É ser criativo, amigo, companheiro, divertido, ousado, é ter interesse em aprender mais, em trocar idéias e experiências, é ser fechado, de vez em quando, é torcer pelo melhor, é brigar pelo melhor. É se preocupar com o outro. É saber aprender com os erros pra errar menos. É levar Arte a sério, mas com muito bom humor!

O que você busca no teatro? Eu busco os encontros que só teatro permite. Encontro do diretor com o ator, do ator com a platéia, da platéia com o elenco, com dramaturgo, cenógrafo, bailarino, coreógrafo... Busco as possibilidades de criação com os diversos profissionais que encontro nos processos e na vida.

Que momento pra você foi marcante no grupo? As semanas antes da estréia de "Alice?!" quando foi possível perceber a força que um processo criativo instigante pode exercer sobre quem está envolvido. Perceber que um processo que começou com apenas 3 pessoas, num quartinho de 9m², envolveu tanta gente com todo o interesse em construir junto, saindo do quartinho para uma sala de ensaio decente até sua estréia. Foi importante, porque significou um momento de guinada do grupo, que estava disperso e apático. E agora recobrou um pique cheio de gás.

Você tira o chapéu para? Para todos os amigos que o teatro me permetiu fazer.

Você não tira o chapéu para? Para quem subestima o poder da Arte.

sábado, 18 de abril de 2009

De um Xuxu no Grupo


Estive pensando em quem escolher como alvo do minha primeira postagem, pós intervalo virtual. Depois de um tempo refletindo, elegi Isaac. Xuxu, como é mais conhecido por quase todos, é um ex-integrante da Cia. do Chapéu. Ele esteve conosco desde a fundação do grupo e nos pediu licença para tentar a vida na cidade grande, vulgo São Paulo. E lá ele está, desde abril de 2008. Acho que é isso. Durante sua passagem pela Cia. muitas coisas se sucederam e sua presença nunca foi apática, nem digna de indiferença, ao contrário, Isaac Xuxu (alguns unem nome e apelido também) sempre sucitou diversos questionamentos e reflexões ao longo da nossa ainda recente história. Especialmente no tocante a fazer parte de um grupo.

Estar em grupo sempre foi muito prazeroso para mim. Ao meu ver, para criar coletivamente com êxito é exigido de qualquer grupo, objetivos claros, desejos comuns, afinidades ideológicas, afetividade recíproca e respeito à individualidade. Provavelmente existam outras caracetísticas tão importantes quanto, mas creio que essas sejam bem básicas e suficientes para começar! Lidar com ruídos existentes e inevitáveis até chegar a denominadores comuns, como os citados anteriormente, sempre me pareceu o mais instigante na prática da coletividade. Afinal, nem sempre os objetivos estão tão claros para todos, os desejos comuns não dizem respeito à prática criadora, as idéias se confundem e, se bobear, na primeira discussão qualquer carinho e respeito vão "pras cucuias" (eu sempre quis usar essa expressão, ela é ótima!).


E Isaac sempre foi craque em nos colocar frente a situações de desequilíbrio e embora isso me irritasse em demasia, hoje reconheço um valor positivo no que passamos juntos. Pois compreendi que os embates surgidos a partir de posturas e colocações de Isaac, nos auxiliaram e muito em nossa autoafirmação, em nosso desejo de acertar, em exercitar nosso senso de justiça e nossa criatividade. Não que somente Isaac provocasse momentos desconfortáveis, mas realmente havia uma disparidade em relação aos outros, sei lá exatamente por quê. Talvez pela história de vida, pelos diferentes níveis de maturidade de cada um ou por nada disso... Não sei.


Porém, não se trata de depreciar a imagem do coleguinha nem tão pouco jogá-lo na berlinda logo agora que ele nem é mais do grupo, apesar de ser constantemente comentado e saudosamente lembrado com muito carinho por todos! A questão aqui é tê-lo como inspiração para discutir algo maior: a vivência em grupo! A presença dele em nossas vidas. Espero inclusive que ele leia essa postagem e teça algum comentário sobre a experiência como chapeleiro (que ele ainda é, em nossos corações, com todo direito a pieguice que essa expressão traz).


A Cia. do Chapéu surgiu num momento em que todos do grupo naquele momento estavam afim de arriscar. De ousar. De mostrar trabalho. De criar. Porém, anterior a esse desejo comum já existia certa afetividade entre nós. Já havíamos trabalho juntos com outras pessoas, com outros grupos e de lá em diante passamos a nos encontrar com certa frequencia para conversar, rir, discutir teatro e, nisso, víamos crescer certa afinidade de idéias, de vontades... Isaac apareceu nesse momento. Ao contrário dos demais, Isaac não estava na Universidade, não conhecia mais ninguém do teatro além de mim e mesmo assim muito superficialmente. Ele e eu estudamos no mesmo colégio, mas em turmas e séries diferentes. Tínhamos apenas alguns amigos em comuns.


Uma noite qualquer, meu telefone tocou e era Isaac, uma pessoa que eu mal falava, que inclusive nem tinha meu número até aquele momento, e só o conseguiu por meio do Canel (um outro amigo que também merece um post, num futuro próximo, quem sabe). Isaac se apresentou, eu fiquei surpreso e ele, timidamente, me pediu conselho ou sugestões de que caminhos podia tomar para fazer teatro, porque era aquilo que ele queria da vida e desde o colégio não tinha mais contato com a arte e tal, e eu fui a primeira pessoa que ele pensou em procurar para tentar ajudá-lo...... Bom, depois daquela surpreendente revelação e apelo apaixonado, não podia negar auxílio, dentro das minhas possibilidades. Então falei do Curso de Formação do Ator da UFAL e também o convidei para acompanhar, acho que a nossa segunda intervenção, no centro da cidade.


Naquele tempo a gente não chamava o que fazíamos de intervenção. Para nós era improvisação, era jogo, era sei lá, uma manifestação despretensiosa da nossa vontade de sermos artistas. O fato é que íamos ao centro da cidade, ler poemas para quem passava, cantar, dançar, encenar, sem aviso prévio e sem ensaio. Chegávamos, agíamos e partíamos.


Depois daquele dia, Isaac, então, se tornou uma companhia constante. Entrou para o Curso de Formação do Ator. Participou da fundação da Cia. Passou no vestibular para faculdade de Teatro Licenciatura. Fez raiva. Nos fez rir. Chorou. Emocionou. Ameaçou sair. Sofreu ameaça de sair. Mas, no final das contas, sempre esteve conosco. Sempre estivemos juntos, mesmo arengando, em grupo. Mesmo ele em Sampa e nós aqui.


Lembrar da trajetória de Isaac na Cia. é lembrar de surtos criativos e divertidíssimos, de ensaios estressantes, de conversas deliciosas, de cenas impagáveis, de porres reveladores, de perigosas aventuras, de micos inenarráveis, da relação discurso x prática, ou seja, das dores e sabores de se estar em grupo. Nem sempre temos êxito em nossas criações, mas nunca deixamos de criar! Hoje reconheço que Isaac de um jeito ou de outro colaborou e muito na preservação do nosso estímulo à criação! Definitivamente não passamos impunes na sua vida. Em compensação, sua passagem pela Cia. do Chapéu é algo do qual, sem sombra de dúvidas, nos orgulhamos muito.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Em 2009...


Algumas ações para 2009 foram traçadas:

· Alice?! - Faremos mais uma temporada em maio nos dias 15, 16, 22, 23, 29 e 30; no Teatro Jofre Soares – SESC Centro, às 19hs, com o apoio de SESC Alagoas, Usagi produções Audio-visuais e IZP. Ingressos: R$ 10,00 inteira e R$ 5,00 estudante e comerciário. Possivelmente a ultima temporada do ano em Maceió, portanto quem ainda não assistiu, vá nos ver, ou que já viu é uma ótima oportunidade de ver novamente. Após essa temporada iremos batalhar com Alice?! Em festivais e apresentações esporádicas nos interiores.

· Uma noite em Tabaris – A estréia acontecerá no projeto Quartas no Arena nos dias 26 de agosto e 02 de setembro. Um musical genuinamente Alagoano, texto de Sávio de Almeida, músicas de Maclem e direção de Tácia Albuquerque. Veja a programação completa do sítio virtual: http://www.webclic.com.br/teatro/noticias/mostranoticia.asp?noticia=noticia1.asp

· Procurados – Um novo projeto de montagem cênica para estréia no fim do ano. Aguardem mais informações.

· Jornada de intervenções – No mês de novembro estaremos realizando a terceira edição da Jornada de Intervenções. Um mês inteiro de intervenções cênicas e urbanas, realizadas diariamente em todos os lugares, ônibus, centros comerciais, filas de banco, rua, praças... não percam. www.jornadadeintervencoes.blogspot.com

· Chá da tarde – Encontro de grupos de artes cênicas para fazer uma retrospectiva da produção feita no ano, este ano também será a sua terceira edição. Contamos com a participação de todos os grupos, nos mande a sua produção anual, inclusive os grupos interessados em nos ajudar a realizar o encontro, trabalhando junto conosco entre em contato com a gente pelo e-mail: ciadochapeu@gmail.com.

2009 a Cia. do Chapéu está mobilizada em novos trabalhos e parcerias. Entre em contato com a gente para maiores informações.