sábado, 9 de maio de 2009

De vento em polpa

Os ensaios de Uma noite em Tabaris começaram. Um novo espetáculo sempre me dá um novo gás, um renovado sentimento de realização e me trás perspectivas positivas de constante movimento artístico. Mostra-me que depois de Alice!? realmente acordamos da dispersão e que estamos cheios de vontade para esse ano, que por sinal, não será fácil. Encarar dois novos processos criativos e ainda manter os ensaios de Alice!? ao menos até o fim da temporada de maio, mostra que realmente o que não nos falta é disposição e muita vontade de fazer cada vez mais e juntos.
Este ano também marca uma abertura dentro da Cia. do Chapéu. Três artistas convidados, dois em Tabaris e um em Procurados. Estamos nos proporcionando novos encontros com pessoas diferentes, pensamentos e fazeres diferentes. Além dos encontros, as parcerias se mostram mais presentes, Canel Junior (sempre amigo) através de seu Studio, Usagi produções audiovisuais; Tércio Smith, que nos preparará vocalmente para o canto. Também estaremos estreitando laços com alguns grupos locais com reuniões sistemáticas, de início a Associação Teatral Joana Gajuru.

Pois é! Um ano cheio de trabalhos e possibilidades. Venham fazer parte destes encontros também.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Alice!?

desenho de Pedro Lucena


Juntos naquele quarto apertado

Suávamos de tanto ensaiar,
Pois eram ideias gigantes,
Que vinham à mente perturbar,
Enquanto aulinhas de corpo
Ajudavam a nos preparar.

Ah, cruel texto! Naquele decorar,
Sob longas leituras, no quintal,
Selecionar umas cenas, sempre atentos
Que sequer um intervalo pudesse rolar!
Mas que pode um pobre diretor
Contra barrigas a roncar?

Imperiosa, Tácia estabelece:
"Lanchar já!"; enquanto Donda,
Mais brandamente, encarece:
"Que não seja pão com manteiga!"
E Thiago atendendo aos palpites oferece,
"Tem mortadela, só um minuto!"

Depois, de breve intervalo forçado,
Vão em fantasia criando
As personagens e sua jornada
Por uma nova cena ensaiada,
A tagarelar o texto pela sala
- Soltam pérolas e dão mancadas.

E sempre que nos ensaios esgotava
Os poços da fantasia,
E debilmente eu ousava provocar,
Na busca de o ensaio perdurar:
"Passar mais uma vez..." "Agora não, depois!"
Ouvia o elenco inteiro a gritar.

Foi assim que bem devagar,
Nosso espetáculo foi montado,
Cenário e figurino vindo à cena se juntar
- E agora que a história está pronta,
Acende o palco, ô da técnica!
Para cena! O foco ilumina, não pode se apagar.

Platéia! Receba este conto de fadas
E assista a cada cena interligada
Com o elenco de primeira,
Que a Cia. do Chapéu te oferece,
Como um trabalho de ensaios árduos que
No corpo dos atores permanece.