domingo, 20 de dezembro de 2009

Entrevista


Magnun: O que é intervenção cênica para você?

Thiago: Para mim, o termo “intervenção cênica” está relacionado a uma representação teatral, de dança ou circense realizada em espaços a princípio não pensados para esse tipo de ação. Intervir segundo minha compreensão é provocar uma ruptura numa ordem estabelecida (social, arquitetônica, política, artística…). Então quando falo em intervenção cênica, penso numa ação artística ligada às artes cênicas e realizada em espaços não-convencionais. Intervir, para mim, tem relação direta com o rompimento do uso convencional do espaço e da ordem social.


Magnun: Por que faz intervenção?

Thiago: Pela possibilidade diferenciada (em relação aos espetáculos de palco) de provocar um impacto junto ao público. Intervindo, rompendo com certa ordem estabelecida, é possível surpreender com mais força e gerar discussões mais imediatas sobre a sociedade em que vivemos.

Magnun: O que acha mais importante quando esta intervindo?

Thiago: A relação com o público. Perceber como reagem às ações, ao inesperado, ao inusitado.


Magnun: Fale o que quiser sobre as ações intervencionistas da Cia do Chapéu.

Thiago: Percebo como um trabalho que ainda é tímido, porém bastante relevante no contexto das artes em Alagoas. Realizar esse tipo de trabalho numa cidade ainda fortemente ligada à cultura do teatro de palco, não raras vezes tendo o texto dramatúrgico como eixo da obra; representa, a meu ver, um diferencial, em termos de abordagem junto ao público e especialmente no que se refere ao sentido e ao significado da Arte. A Cia. do Chapéu iniciou seu trabalho com as intervenções de maneira instintiva e aos poucos foi agregando e organizando o conhecimento em torno dessas experiências e hoje eu creio que há mais propriedade nos seus trabalhos, inclusive nos espetáculos teatrais.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009



No dia 21 de dezembro no Museu Théo Brandão a Cia. do Chapéu realiza o Chá da Tarde, a partir das 18h. O evento que acontece desde 2007 promove discussões sobre as produções artíticas locais de 2009 e festeja a chegada de 2010.

Durante o evento acontecerão:
mesas temáticas relacionadas as produções artísticas, intervenções cênicas, exibição de videos produzidos aqui em Alagoas, exposição dos cartazes dos espetáculos do ano, apresentação musical do grupo Sambade 2 e discotecagem com os Djs Laetitia.

Entrada Franca

Obs.: a confraternização é coletiva e cabe a cada um levar opções de lanche.

=)

espero todos lá.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Entrevista

Intervenção Vende-se esse Rio
Interventor: Donda Albuquerque
Foto de Isaac Feitosa


Magnun: O que é intervenção cênica para você?

Donda: O ato de mexer no cotidiano, mobilizando a sociedade a pensar de uma forma diferenciada do dia-a-dia, fazendo-a questionar tanto a sua postura, quanto ao que a cerca. Este ato é revolucionário, acionário, ativista, político apartidário, social, cultural, artístico e acima de tudo humano.

Magnun: Por que faz intervenção?

Donda: Comecei a perceber que tenho a visão acomodada. Eu via pessoas, acontecimentos, atrocidades, infâmias e não me dava conta que não os percebia como verdadeiramente são e o tudo que causava. Acredito que quando constatamos algo, que em nosso julgamento, é errado, temos o dever moral e ético de fazer algo que mude, concerte, ou que pelo menos deixe todos conscientes do que está acontecendo. Por ser artista vejo a intervenção como um excelente veículo para essa mudança de olhar, uma provocação na inércia da sociedade.

Magnun: O que acha mais importante quando esta intervindo?

Donda: Que a questão escolhida para ser discutida na intervenção seja realmente executada. É muito importante estarmos atentos e focados na ideia que queremos discutir com a intervenção. Logo a ação pré-concebida se torna frágil, a ação é o meio de alcance, mas é preciso que o interator esteja atento em todos os aspectos da intervenção para que o foco permaneça, nem que isso altere a ação.

Magnun: Fale o que quiser sobre as ações intervencionistas da Cia do Chapéu.

Donda: Acredito que no momento estamos dispersos com a realização das intervenções. O que é engraçado, visto que em um momento anterior na história da Cia. do Chapéu que foram as intervenções que nos mantiveram juntos quando estávamos dispersos. Acredito que relaxamos um pouco determinando o período certo para realizarmos intervenções – Jornada de Intervenções – gostaria que pudéssemos fazer mais intervenções durante todo o ano e usar a jornada como uma “mostragem” concentrada desta ação que é tão importante para a companhia já que foi através das intervenções que surgimos e nos mantivemos juntos.