segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Entrevista

Intervenção Vende-se esse Rio
Interventor: Donda Albuquerque
Foto de Isaac Feitosa


Magnun: O que é intervenção cênica para você?

Donda: O ato de mexer no cotidiano, mobilizando a sociedade a pensar de uma forma diferenciada do dia-a-dia, fazendo-a questionar tanto a sua postura, quanto ao que a cerca. Este ato é revolucionário, acionário, ativista, político apartidário, social, cultural, artístico e acima de tudo humano.

Magnun: Por que faz intervenção?

Donda: Comecei a perceber que tenho a visão acomodada. Eu via pessoas, acontecimentos, atrocidades, infâmias e não me dava conta que não os percebia como verdadeiramente são e o tudo que causava. Acredito que quando constatamos algo, que em nosso julgamento, é errado, temos o dever moral e ético de fazer algo que mude, concerte, ou que pelo menos deixe todos conscientes do que está acontecendo. Por ser artista vejo a intervenção como um excelente veículo para essa mudança de olhar, uma provocação na inércia da sociedade.

Magnun: O que acha mais importante quando esta intervindo?

Donda: Que a questão escolhida para ser discutida na intervenção seja realmente executada. É muito importante estarmos atentos e focados na ideia que queremos discutir com a intervenção. Logo a ação pré-concebida se torna frágil, a ação é o meio de alcance, mas é preciso que o interator esteja atento em todos os aspectos da intervenção para que o foco permaneça, nem que isso altere a ação.

Magnun: Fale o que quiser sobre as ações intervencionistas da Cia do Chapéu.

Donda: Acredito que no momento estamos dispersos com a realização das intervenções. O que é engraçado, visto que em um momento anterior na história da Cia. do Chapéu que foram as intervenções que nos mantiveram juntos quando estávamos dispersos. Acredito que relaxamos um pouco determinando o período certo para realizarmos intervenções – Jornada de Intervenções – gostaria que pudéssemos fazer mais intervenções durante todo o ano e usar a jornada como uma “mostragem” concentrada desta ação que é tão importante para a companhia já que foi através das intervenções que surgimos e nos mantivemos juntos.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

"Hoje começa outra noite de bebida aqui no bar"




Esse é o "chamado" para apreciar o musical "Uma noite em Tabariz".

Nos dias 22 e 29 de outubro no Mandala Café e Restaurante, localizado
no Centro de Maceió - próximo ao Teatro Deodoro, o espetáculo da
Cia. do Chapéu voltará a se apresentar.
Com letra de Luiz Sávio de Almeida e música de Mácleim,
os musicistas e atores da Cia. criam e recriam sons e personagens
inspirados no antigo bordel de Maceió, o Tabariz.
Entre os passos de tango e a música o espetáculo se apresenta em um cenário
mais próximo do seu contexto histórico, não necessariamente um bordel,
mas um bar que traz em sua estética um lugar totalmente revitalizado
dando vida ao Centro de Maceió.
Com o Projeto Mandala Cultural além de "Uma noite em Tabariz" terá em seu
cenário exposição de 3 artistas plásticos: Agélio Novaes,Lula Nogueira e Siloé Amorim.

Não deixe de atender esse chamado...
a partir das 21h estaremos à sua espera...
ingressos podem ser adquiridos no local...

Mais informações: (82) 8863-9601/9969-4365/9913-7794

Produção Executiva: Alexandre Holanda

*As fotos utilizadas nessa postagem são de Bárbara Esteves e Raul Spinassé.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009




Nos dias 26 de agosto e 02 de setembro o palco do Teatro de Arena Sérgio Cardoso apresenta o espetáculo Uma Noite em Tabariz, da Cia. do Chapéu, as 19h30. O musical é composto por várias situações que se passam no bordel Tabariz, personagens fictícios mostram suas histórias circulando entre a música, a dança e o teatro.


Com uma mistura de ritmos os personagens narram a boemia do bairro Jaraguá, em Maceió; retratando cenas que entrelaçam prostitutas e seus amantes de maneira inusitada, cantando e atuando suas próprias vidas.


O espetáculo aborda com sutileza questões sociais que envolvem os dramas e as alegrias dos personagens, suas angústias, confusões, seus conflitos e emoções que se estendem e encantam, tanto quem viveu no início da formação dos bordéis da cidade, quanto os interessados em conhecer essa realidade tão pouco mostrada com uma beleza poética original e a uma musicalidade diversificada.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Entre putas e cacos...


TABARIZ...
Uma novo caminhar da Cia do Chapéu....
Obra do autor zeloso Luis Sávio de Almeida e do compositor provocativo Mácleim...
Estórias e Histórias se cruzam entre dores e amores...
Amor não consola o coração,
de quem nasce amargurada...
Eu sigo na vida vivendo,
amando sem ser amada...
Sou uma roupa lavada,
pendurada no varal...
Que o vento bate e suja,
no rolo do vendaval...
Sou um pedaço de vida,
pingando em maresia,
um pedaço de tecido que já foi fantasia...
Se gemo, gemo tristonha...
Como geme uma fronha, que não tem mais serventia...
Como geme o lençol,
em que o amor se acabou...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Acordados...

Enquanto, como diz Thiago, Alice!? dorme... Sonha... Tabariz acorda e traz consigo a vontade e curiosidade de quem acabou de acordar e percebeu que há um vazio em seu estômago... vazio a ser preenchido... e esvaziado... e preenchido... Com toda comida que lhe caiba a matar esta fome... de comer... de comida!

O vazio se questiona... O que comer? Raparigas? Putas? Mocinhas? Médicas? Cornos e capados? Mortos? Bêbados?

E por falar em bebida... Garçom!!! Bebida, por favor... Para nos ajudar a mastigar, triturar todas as possibilidades de alimento...

... que alimente a nossa arte... e o mais novo processo!

Alice!? Não será em nossas vidas o começo de um fim, Nem o fim de um começo... Mas será Tabariz o começo de um início sem fim...” O que você quer dizer? Explique-se! Não posso... É que ontem eu fui dormir Alice!? e hoje eu acordei Tabariz...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Sonhando...

No último dia 30 de maio, encerramos a temporada do espetáculo "Alice!?", no Teatro SESC Jofre Soares. Foi a 7ª temporada do espetáculo desde sua estréia em 2007.

De lá para cá, essa garotinha curiosa viveu aventuras ora divertidas, ora bem difíceis, mas ambas inesquecíveis. Ela que nasceu num quarto minúsculo de quintal e se desenvolveu na sala de ensaio do CENARTE, teve sua primeira bilheteria quase que totalmente roubada, num assalto à mão armada; teve as roupas rasgadas, mas ganhou novas em seguida; tirou fotos e mais fotos; leu o poema de abertura das mais diversas formas; tomou chá na platéia e depois no palco; viajou por Matriz de Camaragibe e por São Miguel dos Campos; e, claro, correu por boa parte de Maceió atrás do Coelho falante perguntando como chegar no teatro... E chegou. Apresentou-se no Centro Cultural SESI, no SESC Centro, numa quadra de escola, num mini auditório e também no Teatro de Arena.

Agora Alice pede licença para adormecer depois dessa jornada de dois anos de muita correria. Agora ela sonha com outros jardins esquesitos, com outras terras, com outros teatros...

A Cia. do Chapéu diz até logo para Alice. Que ela descanse para que num futuro não tão distante possa despertar e reencontrar a Lagarta, o Coelho, a Duquesa, o Gato, a Lebre, o Chapeleiro e a Rainha e, evidente, o público!

Nos encontramos num novo processo criativo e portanto será preciso administrar o tempo para evitar desgastes desnecessários. Alice não morreu, apenas dorme, sonha...

Essa sua última temporada foi possível mediante muito trabalho, mas também muito prazer. Para isso contamos com o importante apoio do SESC Alagoas, da Secretaria da Cultura do Estado, UFAL, Instituto Zumbi dos Palmares, TV Alagoas, Serconta Contabilidade; Usagi Produções Audiovisuais; Urucun Estúdio, CESMAC, Saudáveis Subversivos e de todos que nos prestigiaram. Nosso muito obrigado a todos vocês!

Forte abraço e até já!

sábado, 9 de maio de 2009

De vento em polpa

Os ensaios de Uma noite em Tabaris começaram. Um novo espetáculo sempre me dá um novo gás, um renovado sentimento de realização e me trás perspectivas positivas de constante movimento artístico. Mostra-me que depois de Alice!? realmente acordamos da dispersão e que estamos cheios de vontade para esse ano, que por sinal, não será fácil. Encarar dois novos processos criativos e ainda manter os ensaios de Alice!? ao menos até o fim da temporada de maio, mostra que realmente o que não nos falta é disposição e muita vontade de fazer cada vez mais e juntos.
Este ano também marca uma abertura dentro da Cia. do Chapéu. Três artistas convidados, dois em Tabaris e um em Procurados. Estamos nos proporcionando novos encontros com pessoas diferentes, pensamentos e fazeres diferentes. Além dos encontros, as parcerias se mostram mais presentes, Canel Junior (sempre amigo) através de seu Studio, Usagi produções audiovisuais; Tércio Smith, que nos preparará vocalmente para o canto. Também estaremos estreitando laços com alguns grupos locais com reuniões sistemáticas, de início a Associação Teatral Joana Gajuru.

Pois é! Um ano cheio de trabalhos e possibilidades. Venham fazer parte destes encontros também.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Alice!?

desenho de Pedro Lucena


Juntos naquele quarto apertado

Suávamos de tanto ensaiar,
Pois eram ideias gigantes,
Que vinham à mente perturbar,
Enquanto aulinhas de corpo
Ajudavam a nos preparar.

Ah, cruel texto! Naquele decorar,
Sob longas leituras, no quintal,
Selecionar umas cenas, sempre atentos
Que sequer um intervalo pudesse rolar!
Mas que pode um pobre diretor
Contra barrigas a roncar?

Imperiosa, Tácia estabelece:
"Lanchar já!"; enquanto Donda,
Mais brandamente, encarece:
"Que não seja pão com manteiga!"
E Thiago atendendo aos palpites oferece,
"Tem mortadela, só um minuto!"

Depois, de breve intervalo forçado,
Vão em fantasia criando
As personagens e sua jornada
Por uma nova cena ensaiada,
A tagarelar o texto pela sala
- Soltam pérolas e dão mancadas.

E sempre que nos ensaios esgotava
Os poços da fantasia,
E debilmente eu ousava provocar,
Na busca de o ensaio perdurar:
"Passar mais uma vez..." "Agora não, depois!"
Ouvia o elenco inteiro a gritar.

Foi assim que bem devagar,
Nosso espetáculo foi montado,
Cenário e figurino vindo à cena se juntar
- E agora que a história está pronta,
Acende o palco, ô da técnica!
Para cena! O foco ilumina, não pode se apagar.

Platéia! Receba este conto de fadas
E assista a cada cena interligada
Com o elenco de primeira,
Que a Cia. do Chapéu te oferece,
Como um trabalho de ensaios árduos que
No corpo dos atores permanece.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Chapeleiro Thiago responde...


O que é ser chapeleiro? É ser criativo, amigo, companheiro, divertido, ousado, é ter interesse em aprender mais, em trocar idéias e experiências, é ser fechado, de vez em quando, é torcer pelo melhor, é brigar pelo melhor. É se preocupar com o outro. É saber aprender com os erros pra errar menos. É levar Arte a sério, mas com muito bom humor!

O que você busca no teatro? Eu busco os encontros que só teatro permite. Encontro do diretor com o ator, do ator com a platéia, da platéia com o elenco, com dramaturgo, cenógrafo, bailarino, coreógrafo... Busco as possibilidades de criação com os diversos profissionais que encontro nos processos e na vida.

Que momento pra você foi marcante no grupo? As semanas antes da estréia de "Alice?!" quando foi possível perceber a força que um processo criativo instigante pode exercer sobre quem está envolvido. Perceber que um processo que começou com apenas 3 pessoas, num quartinho de 9m², envolveu tanta gente com todo o interesse em construir junto, saindo do quartinho para uma sala de ensaio decente até sua estréia. Foi importante, porque significou um momento de guinada do grupo, que estava disperso e apático. E agora recobrou um pique cheio de gás.

Você tira o chapéu para? Para todos os amigos que o teatro me permetiu fazer.

Você não tira o chapéu para? Para quem subestima o poder da Arte.

sábado, 18 de abril de 2009

De um Xuxu no Grupo


Estive pensando em quem escolher como alvo do minha primeira postagem, pós intervalo virtual. Depois de um tempo refletindo, elegi Isaac. Xuxu, como é mais conhecido por quase todos, é um ex-integrante da Cia. do Chapéu. Ele esteve conosco desde a fundação do grupo e nos pediu licença para tentar a vida na cidade grande, vulgo São Paulo. E lá ele está, desde abril de 2008. Acho que é isso. Durante sua passagem pela Cia. muitas coisas se sucederam e sua presença nunca foi apática, nem digna de indiferença, ao contrário, Isaac Xuxu (alguns unem nome e apelido também) sempre sucitou diversos questionamentos e reflexões ao longo da nossa ainda recente história. Especialmente no tocante a fazer parte de um grupo.

Estar em grupo sempre foi muito prazeroso para mim. Ao meu ver, para criar coletivamente com êxito é exigido de qualquer grupo, objetivos claros, desejos comuns, afinidades ideológicas, afetividade recíproca e respeito à individualidade. Provavelmente existam outras caracetísticas tão importantes quanto, mas creio que essas sejam bem básicas e suficientes para começar! Lidar com ruídos existentes e inevitáveis até chegar a denominadores comuns, como os citados anteriormente, sempre me pareceu o mais instigante na prática da coletividade. Afinal, nem sempre os objetivos estão tão claros para todos, os desejos comuns não dizem respeito à prática criadora, as idéias se confundem e, se bobear, na primeira discussão qualquer carinho e respeito vão "pras cucuias" (eu sempre quis usar essa expressão, ela é ótima!).


E Isaac sempre foi craque em nos colocar frente a situações de desequilíbrio e embora isso me irritasse em demasia, hoje reconheço um valor positivo no que passamos juntos. Pois compreendi que os embates surgidos a partir de posturas e colocações de Isaac, nos auxiliaram e muito em nossa autoafirmação, em nosso desejo de acertar, em exercitar nosso senso de justiça e nossa criatividade. Não que somente Isaac provocasse momentos desconfortáveis, mas realmente havia uma disparidade em relação aos outros, sei lá exatamente por quê. Talvez pela história de vida, pelos diferentes níveis de maturidade de cada um ou por nada disso... Não sei.


Porém, não se trata de depreciar a imagem do coleguinha nem tão pouco jogá-lo na berlinda logo agora que ele nem é mais do grupo, apesar de ser constantemente comentado e saudosamente lembrado com muito carinho por todos! A questão aqui é tê-lo como inspiração para discutir algo maior: a vivência em grupo! A presença dele em nossas vidas. Espero inclusive que ele leia essa postagem e teça algum comentário sobre a experiência como chapeleiro (que ele ainda é, em nossos corações, com todo direito a pieguice que essa expressão traz).


A Cia. do Chapéu surgiu num momento em que todos do grupo naquele momento estavam afim de arriscar. De ousar. De mostrar trabalho. De criar. Porém, anterior a esse desejo comum já existia certa afetividade entre nós. Já havíamos trabalho juntos com outras pessoas, com outros grupos e de lá em diante passamos a nos encontrar com certa frequencia para conversar, rir, discutir teatro e, nisso, víamos crescer certa afinidade de idéias, de vontades... Isaac apareceu nesse momento. Ao contrário dos demais, Isaac não estava na Universidade, não conhecia mais ninguém do teatro além de mim e mesmo assim muito superficialmente. Ele e eu estudamos no mesmo colégio, mas em turmas e séries diferentes. Tínhamos apenas alguns amigos em comuns.


Uma noite qualquer, meu telefone tocou e era Isaac, uma pessoa que eu mal falava, que inclusive nem tinha meu número até aquele momento, e só o conseguiu por meio do Canel (um outro amigo que também merece um post, num futuro próximo, quem sabe). Isaac se apresentou, eu fiquei surpreso e ele, timidamente, me pediu conselho ou sugestões de que caminhos podia tomar para fazer teatro, porque era aquilo que ele queria da vida e desde o colégio não tinha mais contato com a arte e tal, e eu fui a primeira pessoa que ele pensou em procurar para tentar ajudá-lo...... Bom, depois daquela surpreendente revelação e apelo apaixonado, não podia negar auxílio, dentro das minhas possibilidades. Então falei do Curso de Formação do Ator da UFAL e também o convidei para acompanhar, acho que a nossa segunda intervenção, no centro da cidade.


Naquele tempo a gente não chamava o que fazíamos de intervenção. Para nós era improvisação, era jogo, era sei lá, uma manifestação despretensiosa da nossa vontade de sermos artistas. O fato é que íamos ao centro da cidade, ler poemas para quem passava, cantar, dançar, encenar, sem aviso prévio e sem ensaio. Chegávamos, agíamos e partíamos.


Depois daquele dia, Isaac, então, se tornou uma companhia constante. Entrou para o Curso de Formação do Ator. Participou da fundação da Cia. Passou no vestibular para faculdade de Teatro Licenciatura. Fez raiva. Nos fez rir. Chorou. Emocionou. Ameaçou sair. Sofreu ameaça de sair. Mas, no final das contas, sempre esteve conosco. Sempre estivemos juntos, mesmo arengando, em grupo. Mesmo ele em Sampa e nós aqui.


Lembrar da trajetória de Isaac na Cia. é lembrar de surtos criativos e divertidíssimos, de ensaios estressantes, de conversas deliciosas, de cenas impagáveis, de porres reveladores, de perigosas aventuras, de micos inenarráveis, da relação discurso x prática, ou seja, das dores e sabores de se estar em grupo. Nem sempre temos êxito em nossas criações, mas nunca deixamos de criar! Hoje reconheço que Isaac de um jeito ou de outro colaborou e muito na preservação do nosso estímulo à criação! Definitivamente não passamos impunes na sua vida. Em compensação, sua passagem pela Cia. do Chapéu é algo do qual, sem sombra de dúvidas, nos orgulhamos muito.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Em 2009...


Algumas ações para 2009 foram traçadas:

· Alice?! - Faremos mais uma temporada em maio nos dias 15, 16, 22, 23, 29 e 30; no Teatro Jofre Soares – SESC Centro, às 19hs, com o apoio de SESC Alagoas, Usagi produções Audio-visuais e IZP. Ingressos: R$ 10,00 inteira e R$ 5,00 estudante e comerciário. Possivelmente a ultima temporada do ano em Maceió, portanto quem ainda não assistiu, vá nos ver, ou que já viu é uma ótima oportunidade de ver novamente. Após essa temporada iremos batalhar com Alice?! Em festivais e apresentações esporádicas nos interiores.

· Uma noite em Tabaris – A estréia acontecerá no projeto Quartas no Arena nos dias 26 de agosto e 02 de setembro. Um musical genuinamente Alagoano, texto de Sávio de Almeida, músicas de Maclem e direção de Tácia Albuquerque. Veja a programação completa do sítio virtual: http://www.webclic.com.br/teatro/noticias/mostranoticia.asp?noticia=noticia1.asp

· Procurados – Um novo projeto de montagem cênica para estréia no fim do ano. Aguardem mais informações.

· Jornada de intervenções – No mês de novembro estaremos realizando a terceira edição da Jornada de Intervenções. Um mês inteiro de intervenções cênicas e urbanas, realizadas diariamente em todos os lugares, ônibus, centros comerciais, filas de banco, rua, praças... não percam. www.jornadadeintervencoes.blogspot.com

· Chá da tarde – Encontro de grupos de artes cênicas para fazer uma retrospectiva da produção feita no ano, este ano também será a sua terceira edição. Contamos com a participação de todos os grupos, nos mande a sua produção anual, inclusive os grupos interessados em nos ajudar a realizar o encontro, trabalhando junto conosco entre em contato com a gente pelo e-mail: ciadochapeu@gmail.com.

2009 a Cia. do Chapéu está mobilizada em novos trabalhos e parcerias. Entre em contato com a gente para maiores informações.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Chapéu Justifica...




O que motiva a realização desse projeto é a possibilidade de discutirmos de uma maneira pouco experienciada pelos artistas atuantes em Alagoas, o papel da Arte contemporânea, seu espaço de ocupação e sua relação com o público.


O Mês das Intervenções é uma ação iniciada em 2007, a princípio com o propósito de uma investigação particular da Cia. do Chapéu, mas que hoje ganha um outro perfil, o de mobilizar a classe artística alagoana num movimento que tome a cidade com obras de arte diversas, chegando mais próximo do público, exigindo dele uma posição menos contemplativa e mais participativa.


Uma vez que em Alagoas, o objeto artístico é ainda pensado para espaços específicos, como teatro, salas de cinema e museus, a Cia. do Chapéu se propõe repensar o espaço da Arte, ocupando, muitas vezes de forma fortuita e quase imperceptível, ruas, paradas de ônibus, praças, praias, ônibus coletivos, com ações extra-cotidianas, objetos artísticos, poesia, música, dança, que provoquem um estranhamento em quem esteja presente ou passando e o possibilite também compor essa manifestação, sendo elemento essencial na realização da mesma.


Nos propomos a essa experiência por acreditarmos no potencial criativo dos artistas alagoanos e dos não alagoanos residentes em nosso Estado, por acreditarmos no poder da criação artística coletiva como transformadora de pensamentos e posicionamentos diante da vida e, finalmente, por acreditarmos que a Arte produzida em Alagoas é antes de mais nada uma Arte produzida no mundo.


JORNADA DE INTERVENÇÕES



JORNADA DE INTERVENÇÕES!!

De 01 a 30 de Novembro de 2008.


A Cia. do Chapéu convida os artistas das mais diversas áreas a participarem da Jornada de Intervenções!

ENCONTRO DE PLANEJAMENTO

30/10/2008 QUINTA-FEIRA 16h00

NO ESPAÇO CULTURAL - SALA 23 (LABORATÓRIO DO CORPO I)

MAIS INFORMAÇÕES: 88639601 /30336558/99050575

sábado, 23 de agosto de 2008

Amores chapeleiros...


Tanto amor, prazer e felicidade em estar/ ser vocês...
Cada detalhe, som, risos palavras faladas ou caladas nos completam...
Esta é a verdadeira arte...

Ser Chapeleira é...


O que é ser chapeleiro?

É ter amigos, ter liberdade de trocar idéias, de fazer teatro, música... enfim compartilhar ações que envolvam a arte.

O que você busca no teatro?

Música, pesquisa, trabalho...

Que momento pra você foi marcante no grupo?

O convite para fazer a trilha de Alice!?

Você tira o chapéu pra?

Minha família e meus amigos

Você não tira o chapéu pra?

Aqueles que insistem em julgar

sábado, 16 de agosto de 2008

Rodapé... Entrevista no Aldeia



Introdução faça uma breve biografia, sua formação, atividades.

Na certidão, Tácia Graciele de Albuquerque Silva, mais conhecida como Tácia Albuquerque (ou ainda Tacita, Taça, Tacinha, Tassílaba... ), 23 anos e alagoaníssima.

Desde pequena, sou amante das artes e tenho admiração por todas as linguagens, por isto é comum vocês me verem por ai brincando, dançando, cantado ou pintando o sete rsrs Mas em cima dos palcos consigo unir estas artes e me completar.

Não gosto de ficar parada e estou sempre aprontando:
Posso graduação em Pedagogia pela UFAL (2008) Atriz, performen e integrante da Associação Artística Cia. do Chapéu. Sou Arte-Educadora e agente cultural de Teatro pela Secretária Executiva de Educação. Pesquisadora em Artes Cênicas vinculada ao NACE/UFAL. Integrante da comissão do Fórum Alagoano Permanente de Teatro.

Enfim, desenvolvo atividades na área de Artes, com ênfase em Interpretação Teatral, Intervenção Cênica, Performance, Indumentária e Ensino de Arte.

Como você começou na área de cênicas?

Em 2000, comecei a fazer teatrodança no colégio - CEAGB, com a prof. Nara Salles e foi fundamental para ampliar meu olhar sobre o Teatro e sua diversidade, a partir dai, comecei o Curso Técnico de Formação do Ator, além de participar de inúmeras oficinas, cursos, debates, palestras, leituras dramatizadas e espetáculos.

Sinto que estou sempre começando e muito tenho a aprender com meus amigos e todos que passam em minha vida, já tive o prazer de trabalhar com profissionais fantásticos e comprometidos, mas também já quebrei muito a cara... enfim, agradeço a todos, pois sempre aprendo.

Você participa desde quando da Cia do Chapéu? Que caminhos levaram o surgimento do grupo?

A Cia. do Chapéu, iniciou em 2002, não com objetivo de ser grupo, mas de um momento para reunir amigos e pesquisar Teatro. Inicialmente, nos encontrávamos no centro da cidade para realizar exercícios e propostas cênicas e depois debatíamos as experimentações. Estou desde o início do grupo e vivenciamos por muito tempo este processo, muitos amigos passaram e continuam conosco nesta busca.

Aos poucos foi que os transeuntes e comerciários, que estavam acostumados com nossas ações, começaram a nos rotular como um "grupo" e sentimos a necessidade de continuar as pesquisas não só nas ruas.

Assim, montamos o primeiro espetáculo do grupo "Apesar de Você", dirigido por Thiago Sampaio, depois passamos um longo período de dispersão, brigas, participação em outros grupos, estudos e descobertas (fundamentais para nosso amadurecimento).

Nesse período também começamos a realizar intervenções cênicas urbanas e encontramos/re-significamos nosso espírito interventor e artístico.


Motivados a atuar juntos, surge a idéia de montar a menina Alice, ela em busca de seu coelho, nós me busca de nossas identidades, nos re-aproximamos cada vez mais e...

De repente estavamos nós: juntos, produzindo mais, projetando, pagando aluguel de escritório, criando associação, quebrando a cabeça, rindo muito etc... etc...

Hoje somos nove chapeleiros: THIAGO, DONDA, PABLO, MARI, NATALHINHA, MAGNUN, LAÍS, FABRÍCIO e EU... crescendo com a ajuda de muitos amigos/parceiros...

Fala um pouco do episódio de como vocês chegaram ao nome da companhia. Porquê chapeleiros?

Lembra que falei: ... os transeuntes e comerciários, que estavam acostumados com nossas ações, começaram a nos rotular como um "grupo" ... Pois é, Magnun escutou e Thiago descreve bem:

Um dia, no centro da cidade, jogando com nossa arte, um transeunte que nos observava perguntou a outro transeunte que já nos havia visto outro dia: - O que é isso? E o outro respondeu: - É a Cia do Chapéu! Tudo começou a fazer mais sentido a partir daí!

Alice?! é o primeiro espetáculo de palco, dentro das atividades do grupo. Como começou esse projeto?

Alice é o segundo espetáculo do grupo e começou assim: uma menina, sem saber ao certo onde ia chegar... correu atrás de um coelho sonho... e...

Bom, com outro grupo tinhamos (Eu e Donda) tentado montar Alice, mas não rolou... sugeri a ele que nos dois montássemos uma adaptação dele, eu sendo Alice e ele os outros personagens (desafio): - Mas quem vai dirigir? Thiago! Pensamos.

No início, a idéia era montar Alice!? com 2 atores, mas durante os ensaios, sentimos a necessidade de um contra-regra para auxiliar: Isaac! Esse contra regra virou ator, que virou sonho...

No início, a idéia era montar Alice!? com 3 atores: eu sendo Alice e os dois os outros personagens... mas sentimos a necessidade de outros atores e faltando três meses pra estreiar, com várias cenas montadas e personagens divididos... chegam 3 contra-regras: Magnun, Laís e Mari...

A idéia era montar Alice!? com 6 atores...

O texto por fim, não foi a adaptação de Donda, foi criado a partir do livro "Alice no país da Maravilhas"de Lewis Carrol, de uma adaptação de Erisvaldo Tavares e Thiago Sampaio e de improvisações cênicas. O processo de criação de cenografia e indumentária também foi coletivo e todos chapeleiros de alguma forma contribuem no espetáculo.

Aprendemos muito com o público, realizamos muitos ensaios abertos, para discussão e construção do espetáculo e até hoje estamos em processo de criação, acrescentando ações, trocando personagens... ou seja, crescendo com a menina Alice neste nosso país da maravilhas: o Teatro...

Você esta em cena grande dos diálogos. Quais meios você busca para manter-se firme na condução das cenas do mundo da personagem Alice?

Como montar Alice era uma grande vontade e paixão, mergulhei numa pesquisa histórica, literária, psicológica e interpretativa sobre o espetáculo. Também realizei uma intensa investigação corporal e sonora, que vem se modificando em cada nova apresentação. Tudo isso me ajuda na interpretação, mas gosto muito de ensaiar, acho que é um dos melhores momentos para criar, além de ler o texto/livro e buscar aprender na interação com público e atores durante as apresentações.

O espetáculo até essa apresentação na Aldeia já existe há quanto tempo?

Completamos em junho um ano de espetáculo, com mais de cinco temporadas na cidade, além de apresentações no interior do estado.

E porque estão sempre em processo, mesmo mantendo os mesmo diálogos, cada vez que as apresentações voltam em temporadas existe algo novo em cena?


Pois é, sempre estamos inconformados, sabendo que podemos melhorar. Além disso, lembra que inicialmente eu fazia Alice e Jonatha e Isaac os outros personagens, Mari, Laís e Magnun eram sonhos - contra-regras... pois é tudo mudou, ops, quase tudo...

Um dos objetivos do espetáculo é experimentar a rotatividade dos outros personagens entre os atores, só permanecendo Alice e estamos experimentando mesmo. Cada nova temporada, surgem novas mudanças em algumas cenas e na troca de personagens.

Por isso para quem já viu, vale a pena conferir e para que ainda não, vale a pena conhecer.

Bjão!!

domingo, 27 de julho de 2008

Resposta

1. O que é ser Chapeleiro?
Ser um Chapeleiro é ter a liberdade de poder criar sem pudor, poder surtar sem medo de internamento e poder realizar projetos com muitas alegria, confiança e apoio dos meus amigos Chapeleiros. Tenho um grande orgulho de ser do Chapéu.

2. O que você busca com Teatro?
Busco conhecimento, meio de vida, trabalho, dúvidas, questionamentos, instigações, realizações e o posicionamento caótico diante da sociedade.

3. Que momento pra você foi mais marcante no grupo?
Tiveram alguns: a saída da Silvia do grupo; nossa ida para o Festival Nordestino de Teatro em Guarabira; a dispersão; a carroça; o processo de criação de Alice?! Foi algo muito especial; a saída de Isaac.

4. Você tira o Chapéu pra...
Para os grupo de Alagoas, que apesar de não terem tanto apoio quanto precisam, não deixam de realizar seus espetáculos.

5. Você não tira o Chapéu pra...
Para a políticagem do nosso Estado que não percebe a importância da criação de uma lei de incentivo a cultura na esfera estadual, e não desenvolve políticas públicas que tragam condições de trabalho para artístas e grupos do Estado.

sábado, 26 de julho de 2008

Entre e vista o Chapéu...



Proponho uma entrevista coletiva para iniciar... Fiquem a vontade de responder:
  1. O que é ser Chapeleiro?
  2. O que você busca com Teatro?
  3. Que momento pra você foi mais marcante no grupo?
  4. Você tira o Chapéu pra...
  5. Você não tira o Chapéu pra...

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Atualmente




O grupo, hoje composto por 9 integrantes, sendo eles (em ordem afabética) :
Fabrício Barros; Donda Albuquerque; Laís Lira; Magnun Angelo; Marileide Carfer; Natalhinha Marinho; Pablo Young; Tácia Albuquerque e Thiago Sampaio.

Nasceu a partir da idéia de alguns dos seus integrantes (até então alunos dos Cursos de Artes Cênicas da Universidade Federal de Alagoas - UFAL ) de exercitar, trocar, dividir e adquirir conhecimentos acerca de teatro, dança, performance, artes circenses entre outras formas de se fazer arte.

Intervir sempre.

em arte

“Arte é uma forma de me expressar para o mundo, um jeito de levar a vida e de dialogar com o mundo”
... Ainda penso dessa forma.



Engraçado é que quando eu era criança, por volta dos meus 5, 6 anos eu queria muito ser desenhista, ter a liberdade e possibilidade de imaginar, conceber e encarar o mundo das formas mais variadas e fantásticas, também encontrei isso no teatro, na dança, na performance e principalmente nas intervenções.
Com as intervenções obtive claro entendimento de que é muito difícil controlar o que sentimos, mas ao mesmo tempo ter a consciência de estar proporcionando a quem presencia uma intervenção, um momento único de reflexão, questionamento e apreciação.
Hoje eu vejo que quando criança eu já pensava de uma forma conduzida pela arte, ou ao menos, de almejando isso, esse mundo. E ao mesmo tempo, percebo minha responsabilidade quanto artista, tenho que ser honesto, generoso e audacioso.

Atuar...


"Arte é uma forma de expressar o mundo"... Muitas vezes este é o meu discurso, mas até que ponto é uma verdade? É delicado, complexo este pensar, mas mesmo assim, quero ser pelo menos, pensante.

O que o teatro me faz e o que faço com ele?

Antes do fazer: desde pequena, ser artista me encantava...Queria também ser aquela aplaudida, admirada, perfeita, inatingível... ser a bela que cantava, dançava e sorria do mundo!

Acho que este encantamento ainda hoje me acompanha, mas sem tantas ilusões, porém ainda permanece o sonho de estar no centro do picadeiro entre perigos e aplausos , entre choros e risos.


Aos poucos a curiosidade e a vontade de brincar com meu corpo e com histórias me fazem ficar no pé das "tias" e ser figurinha marcada nas "festinhas" e "pecinhas"... A arte era um prazer, uma descoberta, um brincar...


Este é o sentimento que quero sentir sempre...


Adiante, realizava vários discursos para mim mesma... quantas aventuras vivi e sonhei solitariamente...


A curiosidade me levou a fazer teatro , a ver teatro, a ser teatro... jamais esquecerei o primeiro dia de aula com a Prof. Nara, ela fonte e nós sedentos... naquele momento entendi que o objetivo não era só saciar a sede, mas aprender a sentir o gosto... muito tinha/tenho a conhecer e aprender...

Aos poucos, fiz do palco minha vida e da vida um palco, ora protagonista, coadjuvante, autora, criadora, interventora, atriz, interatriz, INTEIRATRIZ...

Escolher, optar, renunciar, ter medo, assumir... um misto de sensações vividas constantemente...

Hoje amigos são
irmãos e partilhamos sonhos e desejos. Depois de anos, cursos, oficinas, espetáculos, aplausos e vaias atuar é...

Atuar é o desafio de manter o mesmo encantamento da infância, o mesmo brincar prazeroso e se equilibrar entre teorias, fundamentos e práticas... se equilibrar entre corpo e sentires, voz e entendimento, disciplina e brincadeira, verdade e mentira, vaidade e essência, expressar e calar, falar e agir...

terça-feira, 1 de julho de 2008

Oração criada em momento de grade surto coletivo



Teatro Nosso


Ator nosso que estais nos palcos

Santificado seja vosso texto

Venha a nós vossa personagem


Seja feita feita vossa marca


Assim no palco como na rua

O cachê nosso de cada dia nos daí hoje

Perdoai nossos cacos

Assim como nós perdoamos a quem nos tenham vaiado

Não nos deixai cair em enroladas

Livrai-nos dos mal pagadores

Teatrém

sábado, 5 de abril de 2008

INTERVENÇÕES

“Um dia, no centro da cidade, jogando com nossa arte, um transeunte que nos observava perguntou a outro transeunte que já nos havia visto outro dia: - O que é isso? E o outro respondeu: - É a Cia do Chapéu! Tudo começou a fazer mais sentido a partir daí!”.

Isso foi apenas o início de uma investigação sobre o corpo e os espaços que poderíamos ocupar pela cidade, pois em ação, somos interatores que nos apropriamos do espaço e damos um novo significado para ele, transformando a paisagem com nossa ação e questionamentos.
Ocupamos praças, paradas de ônibus, ruas, monumentos, ônibus coletivos e até shopping, objetivando causar um estranhamento/reflexão em quem assiste.

Propomos uma reflexão entre CORPO X CIDADE e consequentemente avançamos numa discussão entre CORPO X SOCIEDADE, que inevitavelmente estão inseridos neste espaço. Refletimos com nossas ações sobre o paradoxo de sermos livres e ao mesmo tempo regrados, ou seja, temos liberdade de pensar/desejar, mas estancamos nos limites do tempo, do espaço e das regras sociais.

Sabemos que o espaço urbano é um reflexo social, econômico, histórico e arquitetônico, e este nos proporciona indagações sobre a nossa presença/existência. Por isso para a realização das intervenções, podemos pensar no Espaço percebendo qual intervenção deve ser realizada, ou ao refletirmos na ação imaginando o espaço para sua realização.

A partir de tais intervenções, nos posicionamos nesta relação entre CORPO X CIDADE X COTIDIANO, com uma ação real ou ampliada e utilizando os recursos mais simples possíveis. Mudamos o ambiente visualmente, para desencadear reações no cotidiano dos transeuntes e observadores.
Investigamos intervenções cênicas-urbanas, na qual ação do interator e a comunicação visual da ação, trabalham tanto numa dimensão microespacial, no sentido de interferir sutilmente na paisagem cotidiana, quanto macroespacial, avançando numa comunicação visual e numa modificação direta com o meio- histórico – espacial,

Espaço: Ônibus – Exploramos o sentido do coletivo, do plural, que ao mesmo tempo é individual. Propomos ações neste espaço em movimento e efêmero, inserindo ações cotidianas e extra-cotidianas.

Espaço: Praça – Neste espaço, investigamos a interferência no cotidiano, pois ao mesmo tempo é um local de aglomeração e é uma referência espacial, histórica e arquitetônica. Para o público (observadores, trabalhadores e transeuntes) é um espaço de encontro, de estada ou partida, e para nós suas reações são pontos de análises.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Diário Alice!? - Donda 1












Alice!?


05 de março de 2008.

Processo criativo coletivo, com direção forte. O desejo de montar “Alice no país das maravilhas” vem de um antigo processo que não vingou. Mas esse desejo não era só meu; Tácia também compartilhava da mesma frustração de não ter montado “Alice”. Um dia em minha casa Tácia e eu começamos a conversar sobre a possibilidade de montarmos “Alice” só nós dois como atores. Pensamos no Thiago para nos dirigir, imediatamente ligamos para ele, que topou. Eu sugeri uma adaptação que eu havia feito há um tempo, mas ninguém gostava desta adaptação. Então Thiago sugeriu que fizéssemos tal qual o livro, o original do Lewis Carroll. Tácia e eu aceitamos. Então ficou da seguinte forma: a idéia era montar “Alice” com dois atores, Tácia fazendo Alice e eu os outros personagens; Thiago também sugeriu que montássemos uma versão de “Alice” para rua com caráter de intervenção, já que é nisto que empenhamos nossa pesquisa. Começamos o nosso processo num quartinho nos fundos da casa do Thiago com uma preparação corporal e esboços de algumas cenas, isso era agosto de 2006. Começamos a perceber que precisaríamos de um contra-regra, então Thiago convidou Isaac para nos auxiliar. Sendo que o envolvimento de Isaac foi de imediato e de grandes proporções. Eu particularmente nunca havia visto Isaac tão envolvido com um espetáculo, dava prazer em vê-lo tão empenhado; logo a idéia era montar “Alice” com três atores. Convidamos o Pablo para fazer a produção do espetáculo um grande desafio, a meu ver, posto que não houvesse projeto nenhum escrito só havia nossa vontade de montar. Neste momento sentimos falta de mais espaço. Então começamos a ensaiar no Cenart, que foi nosso apoiador. Após dois meses ensaiando lá, mais uma vez sentimos falta de contra-regras, convidamos a Mari, o Magnun e a Laís, que aceitaram o convite, para a Laís foi mais que um convite de participar do espetáculo, isto também implicava na sua entrada e participação na Cia. do Chapéu. O envolvimento dos três com a peça nos fez, novamente mudar a idéia da quantidade de atores, que agora já era de seis. Mesmo assim havia uma espécie de hierarquia, onde quem estava a mais tempo no processo dava conta de mais personagens e quem estava há menos tempo, por sua vez se responsabilizaria por fazer a contra-regragem e personagens menores. Foi aí que surgiu a proposta de que com o passar do tempo todos os atores estivessem aptos a fazer qualquer personagem, que é uma idéia que muito me agrada. Com o passar dos ensaios a nossa construção ficava cada vez mais clara e a proposta do Thiago também. Tácia como Alice; Isaac como Dinná, Lagarta, Duquesa e Lebre de Março; Eu como Coelho, Gato de Cheshire, Chapeleiro Maluco e a Rainha; Mari, Magnun e Laís como os jardineiros da Rainha; todos que no momento das cenas estivessem sem nenhum destes personagens automaticamente estariam representando os “Sonhos”, que eram os contra-regras que não saiam de cena. Em paralelo aos ensaios comecei a ajudar Tácia e Isaac na confecção dos figurinos, adereços e cenário. Tinha a idéia de que os figurinos e adereços não passassem de signos que representassem os personagens, marcassem características. Ficou decidido que existiria uma roupa básica que todos usariam, em primeiro lugar pensamos em roupas brancas destas que se usam em academias, mas depois pensamos numa malha branca com bordados em lã que formavam espirais e caminhos. No cenário pensamos em um tapete verde que cobrisse todo o procênio e duas cortinas, uma branca e uma de plástico transparente. Usamos tanto nos figurinos e adereços quanto no cenário, plástico e retalhos de tecido, o que mantinha uma unidade. Fizemos da sala da casa do Isaac de atelier, passamos madrugadas a costurar flores de tulli e colar flores de retalho na cortina de plástico. A cortina branca nos servia, principalmente para serem realizadas as projeções dos desenhos feitos pelo artista plástico e nosso amigo Pedro Lucena. Marcamos a estréia e a primeira temporada para final de junho e julho no Centro Cultural do SESI. Como divulgação, pensamos em atingir várias mídias, cartazes, panfletos, Outdoor, tevê e rádio. Mas só fizemos cartazes e panfletos, acredito que o que tenha ocorrido para dificultar a aquisição das outras mídias tenha sido o fato de não termos um projeto pronto com a antecedência necessária para a captação não só de recursos, mas também a de apoios. Mesmo assim, pude considerar a primeira temporada um sucesso de público, haja vista que tivemos todos os dias quase que o teatro lotado, restando poucos lugares vazios. Nesta primeira temporada ficamos muito felizes com o publico que tivemos, mas também foi uma temporada de acertos e ajustes. Tivemos um problema sério com nosso cenário. O suporte para as cortinas que havíamos feito não conseguiu se adequar com a falta de estrutura física do teatro do SESI e quatro das seis apresentações da primeira temporada foi feitas com ajustes precários para o funcionamento destas cortinas. O que ocorria era que a vara de cenário do teatro era feita de madeira muito finas, que não suportavam nossos cabos de aço esticados e envergavam. Solucionamos depois de um acerto feito com o SESI, para perfurarmos as paredes das coxias e assim esticarmos nossos cabos. Na segunda temporada, agora percebo, que nem deveria ter havido, pelo menos não da maneira que aconteceu. No termino a primeira temporada, fomos assaltados e perdemos quase que todo o dinheiro ganho com as apresentações. Então, precipitadamente, decidimos fazer uma segunda temporada em agosto, no mesmo teatro, na tentativa de reaver o dinheiro roubado, pois ainda precisávamos pagar a pauta do teatro e outros serviços, como: a arte gráfica, feita pela nossa amiga Renata Voss (parceria com o Urucum Studio), os desenhos do Pedro Lucena, usados nas projeções, e o Glauber Xavier (Saudáveis Subversivos), que nos alugou o data-show. Não tivemos o mesmo público que tivemos na primeira temporada, não houve o mesmo tempo de divulgação. Após a segunda temporada, planejamos mais uma temporada para outubro, na tentativa de obtermos o público infantil, mas uma vez não tivemos o público desejado, talvez por causa da grande quantidade de espetáculos ocorrendo no mesmo período, somado a isso o fato de que “Alice!?” não ser propriamente dito um espetáculo infantil. Logo em seguida a essa temporada foi exposto pelo Isaac e por mim o fato que estaríamos indo embora de Maceió no final de março de 2008. O que aceleraria o processo de substituições dos personagens que fazíamos, mas em dezembro de 2007, demovo-me do meu plano de ir para o Rio de Janeiro e decido ficar em Maceió. Quanto a Isaac, confirma-se o seu plano de ir embora, então se inicia o processo de substituição dos personagens já para a temporada de março de 2008, no teatro do SESC. O fato de Isaac ser substituído já para essa temporada o deixou chocado, mas acredito se faça necessário esse processo de transição, uma vez que não existe tempo hábil para ensaiarmos tanto Isaac quanto Laís e Magnun para as cenas que eles os substituíram. Sempre comentei que esse processo de transição e troca dos atores para os personagens deveria ter começado, entendo em parte o que Isaac sente em ser substituído, mas é preciso evitar a vaidade para que a peça transcorra da melhor forma possível, isso iria acontecer nós estando aqui ou não. Dentre meus personagens o único que eu gostaria de manter por enquanto é o Chapeleiro, acredito não ter descoberto artifícios, formas e modos suficientes para me sentir satisfeito com minha construção, não que nos outros personagens eu ainda não descubra novos estímulos que façam a Rainha, o Gato e o Coelho crescerem ainda mais. Mas sinto que o Chapeleiro é ainda meu maior desafio em cena, na sua concepção, na possibilidade de jogo e na relação com os outros atores em cena jogando com seus personagens. Thiago certa vez nos perguntou como nos vemos no processo, desde então eu reflito sobre essa indagação. Desde o processo de Não Tenho Palavras
[1], que me questiono quanto ao meu trabalho e minha postura dentro dos processos que participo e ter conversado com Flavio Rabelo, Thiago Sampaio, Jorge Schurtze e Coco Maldonado aumentaram ainda mais minhas dúvidas. Mas no processo de Não tenho Palavras percebi uma característica do meu trabalho: não encaro personagem como algo aparte do ator, na é algo que está pré-concebido e pré-construído do qual o ator se apropria, mas que essa relação do ator com personagem se trata de um jogo permanente de descoberta e possibilidades de manuseio, no sentido manipulação de energias potenciais. Levei essa consciência para o processo de “Alice!?” que se dá de uma forma, que particularmente eu gosto muito, ter a possibilidade de trabalhar meu corpo antes mesmo de ter um texto, construir os personagens em paralelo a essa preparação corporal e uma dramaturgia que parte apenas das leituras do original e das improvisações das cenas feitas por nós é sem dúvida possibilitar para o ator uma liberdade criativa fundamental para a arte. Diante disto, posso dizer que meu sistema de criação corresponde à criação do espetáculo e não somente a dos personagens, em específico neste processo, visto que os personagens e suas características pra existem na obra do Lewis Carroll, o que fiz foi apenas dar corpo e vida a eles. E de que forma? A preparação corporal proposta pelo Thiago era específica para o espetáculo, o que facilita bastante, então meu corpo estava pronto para experimentar as mais diversas características dos personagens. Para o personagem do Coelho eu tinha os dados dele ser subserviente, atrapalhado e apressado, a mais dificuldade para mim nesse personagem foi descobrir meus objetivos com ele em cena e passei um bom tempo buscando esses objetivos, mas preferi, depois de um tempo, executar mecanicamente a cena e nela encontrar ecos que me servissem com objetivos e funcionou. O Gato de Cheshire foi o personagem com o qual eu tive maior facilidade, por que o jogo proposto pelo Thiago para a cena era muito interessante e as características do gato dadas por Carroll são muito particulares, o cinismo, o sarcasmo e total indiferença a atual situação de Alice!? e meus objetivos com o gato eram bem claros: brincar, confundir indicar caminhos. Com Chapeleiro tive grandes dificuldades e a principal delas foi meu comodismo e indisciplina. Conversando com o Thiago acerca do Chapeleiro e as dúvidas que eu tinha com esse personagem de como devia jogar com ele em cena, Thiago me disse que eu poderia deixar esse personagem mais próximo do que sou, foi o que minha preguiça precisava para eu largar esse personagem de lado e me preocupar só com os outros. O que não era justificativa. Mesmo ele sendo ao parecido comigo eu deveria ficar atento a todas essas características e ainda mais por serem tão próprias, agora não posso dizer que o personagem está no mesmo nível dos outros, mas estou num processo de busca de objetivos em cena. Para a Rainha havia a idéia que ela tivesse muitas personalidades, mas eu comecei a achar que havia muito pouco tempo para tantas personalidades, então preferi deixá-la num estado de surto onde ela pudesse oscilar de humor. E por ultimo tem o Sonho que minha única preocupação com este, foi estar atento e presente. Durante todo o espetáculo procuro em cena me manter atento, presente e atuante vez por outra ainda perco, mas isso tem melhorado com o passar das apresentações, faço questão de deixar claro que estou jogando com os personagens e que sou sempre eu em cena, Jonatha, vivo e atento. Realizo o gato como um joguete, não sou o Gato de Cheshire, nem ele é uma entidade que incorpore em mim, o personagem tem como função dá estimulo me dá estimulo, me fazer pensar e agir como se fosse outro, mais ainda assim: “se eu fosse o Gato de Cheshire...”, esse é o pensamento que me cerca em cena. Em alguns momentos fico irritado quando percebo que não estamos nos ouvindo nem nos vendo. Perdem-se muito quando não se é generoso ou desatento em cena, devemos está sempre presentes e cientes que não estamos sós, que tudo pode ser estimulo e matéria para criação, trabalhamos com o processo aberto, a criação também pode acontecer em cena, na apresentação, nela contamos com algo que não temos nos ensaios: o público, que não pode ser levado como agente passivo da apresentação. Quando negamos quaisquer estimulo em cena, assumimos um erro que poderia nem ter havido, quando transformarmos este estimulo em matéria criativa temos espontaneidade, temos vida. Agora estamos às vésperas da quarta temporada, tendo problemas com a confecção dos panfletos, mas estou confiante que será uma temporada importante para o grupo.


[1] Espetáculo realizado em duas edições pela Associação Artística Saudáveis Subversivos, nos anos de 2005 e 2006.




Jonatha Albuquerque

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Para Onde Vamos?







- Vamos?
- Eu vou, você vai?
- Eu também vou...
- Então vamos juntos?!
- Vamos!

Estamos planejando para onde ir! Não sabemos onde vamos chegar, mas sabemos muito bem que o caminho é longo e árduo e precisamos um do outro para conseguirmos chegar em algum lugar juntos...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Planejar...


Do dicionário:


Projetar... Traçar... Formar...


Este é o nosso momento:


Planejar o que desejamos fazer.... mas antes vem uma questão primordial:


- O que queremos fazer???


Buscamos por nossa identidade, como essa menina Alice que busca saber quem é...


E que se encontra, se perde e aprende...


Planejar é uma ato preventivo, visionário e necessita mais do que nunca do trabalho em equipe, da colaboração e do comprometimento de todos...


Vamos?!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

INVASÃO AUTÔNOMA


- O mundo virtual dos chapeleiros me pertence!!!! KKKKKKKKKKKKKKK


- E posso fazê-lo dele o que eu quiser!!!!!


Agora, meus planos para conquistar o mundo: Tenho que bolar uma mistura onde todos aprendam uns com os outros:

Tácia se coloque porta nos momentos certos e Donda seja humilde com quem merece.

Magnun aprenda a falar o que pensa e Laís ouça mais no momento ideal.

Thiago relaxe mais e curta a vida e Isaac curta menos e pense mais.

Mari seja tão presente quanto desejamos tê-la e Natalhinha se aventure neste viver.

Pablo coloque seus pensares e Jacqueline se integre ainda mais.


MEUS PLANOS NÃO SÃO TRANSFORMAR NINGUÉM (mais posso aprofundar esta idéia), SOMENTE MOSTRAR O QUE TEMOS A APRENDER E ENSINAR...

domingo, 30 de dezembro de 2007

ATA 29/12/2007

PAUTAS:

1 - REIVEILLON
2 - LOCAL
3 - MATERIAIS


Na reunião, que iniciou no QG, passou pelo Ricon Argentino e culminou na Zil, os presentes: Tácia, Jonatha, Laís, Mari, Magnun, Natalhinha, Chico, Thiago e Pablo decidiram:


1 - REIVEILLON

Idependente de onde for, juntos e unidos!!!

2 - LOCAL

Na bela praia de Jacarecica, com direito a fogos e folia!!!

3 - MATERIAIS


Barracas, Champagne(acho que escreve assim...) , lanches práticos e amigos(as)!!

ATÉ LÁ ENTÃO....


FELIZ ANO NOVO CHAPELEIROS!!!!!!!!!!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Avaliando nossas ações...


Hoje é um novo dia... de um novo tempo..... que começou... rssrsrs

Um momento nostálgico neste fim de ano... Hora de avaliar, no sentido de perceber possibilidades de melhorar:

Cia do Chapéu:

Estamos determinados a fazer o que amamos, superando diversidades e medos.... juntos sempre.


Alice!?

Uma menina que nasceu e nos traz muitas alegrias, está crescendo e nos fazendo crescer...

Diário de Bordo - Intervenções:

A realização foi saborosa, mas sabemos que poderia ser mais...
A organização gerou muito trabalho também, porque dependia de todos e ai coube a cada um cumprir suas responsabilidades (ou não).
A realização: Linda! Arrasamos...

Chá da Tarde:

Foi muito gostoso, em todos os sentidos... as conversas, as posturas aos poucos se modificando e a mousse de chocolate (Magnun).

Nossa sede:

Tomando nossa cara aos poucos, lugar de trabalho, de aconchego, de trabalho, de risadas, de trabalho, de organização, de trabalho, de amizades, de trabalho, de metas, de... (já falei trabalho?) sim... de trabalho...

domingo, 16 de dezembro de 2007

...Mudar...

Mudanças sempre trazem diversas sensações: dá medo o desconhecido, o sair do seguro, o desfazer-se do atual, o mudar o cômodo...

Mas mudar é preciso!

É preciso percorrer um mundo de fantasias, se perguntando sobre quem é... para no fim/começo deparar-se consigo mesmo/a, transformado/a por todos estas questões...

A Cia do Chapéu, é esta menina Alice de 5 anos que cresce e se questiona sobre quem é... e que neste mundo maravilhoso interage com chapeleiros malucos, coelhos apressados, rainhas degoladoras, largartas sonolentas, duquesas apimentadas...

Somos esta mudança de pensamentos, esta busca por nós mesmos, esta transição de "sentires", estas despedidas sempre recomeços, somos presentes/presenteados, somos lagarta em casulo de transformação...

E no fim/começo de tudo, o que importa?

Nós, amados amigos interatores brincantes!

Por isto convido-os a mudarmos juntos!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

RELATÓRIO SOBRE INTERVENÇÃO “VENDE-SE ESTE RIO”
Por Jonatha Albuquerque - Maceió, o7 de
dezembro, de 2007

Riacho Salgadinho, Maceió – Alagoas... poluído desde que posso me lembrar. A idéia surgiu de uma foto de alguns artistas paulistas onde eles estavam vendendo o rio Tietê, somado a minha indignação por rio que corta praticamente toda a cidade está poluído e os governantes e a população não se responsabilizam.

Fiz uma placa que dizia: “Vende-se este rio”, me coloquei num cruzamento no bairro do poço ao lado do riacho com minha placa e sacos cheios de água que me serviam como expositor. Lá, sempre que o semáforo fechava para os carros, eu me diria até os carros e oferecia o rio para os motoristas. Perguntas surgiram, tais como: “Quanto custa?”, “Por um acaso o rio lhe pertence?”, “por que você tá vendendo o rio?”... Mas em geral as pessoas não queriam comprar e alegavam que era porque o rio estava podre. Durante todo tempo eu instiguei as pessoas, questionando que o rio só estava nessa situação porque ele não tinha um dono. Tentei vender até mesmo para um motorista de um dos carros da Secretária Municipal de Saúde, mas ele não quis comprar. As pessoas também não queriam o rio de graça.

Esta intervenção me levou a um pensamento: em nenhum momento eu me preocupei em criar um personagem, era eu quem queria realmente vender o riacho Salgadinho, era eu indignado com a poluição e falta de cuidado.

domingo, 9 de dezembro de 2007


































Cabides Dançantes
Intervenção realizada em Novembro de 2007 na Praça Floriano Peixoto(Praça dos Martírios) no centro da cidade de Maceió

Ação-ato ou efeito de agir, de atuar; atuação, ato. Manifestação de uma força, duma energia, dum agente. Maneira como uma corpo, um agente , atua sobre outro. Capacidade de agir...

Mini Aurélio
Nossa ação vem sofrendo alteração desde a montagem do espetáculo Alice?! Uma boa alteração, novas pessoas se unirão a nós para encarar a lida diária com a arte, espero que não nos falte força para continuar realizando nossas intervenções, para que nossas ações se tornem muito mais significativas...

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Intervenções em Maceió: a contribuição artística da Cia. do Chapéu.

Intervenção "Afogamento". Dia 12/11/2007. Parada de ônibus da Praça Centenário.
Com Magnun Angelo e Tácia Albquerque

O mês de novembro foi dedicado às intervenções urbanas e cênicas. Ocupamos o centro da cidade, ônibus coletivos, paradas de ônibus, a orla e tantos outros espaços... A intenção é provocar estranheza, reflexão, diversão e/ou resignificar esses espaços.

Estamos jogando com o inusitado, inclusive para nós mesmos. Mas queremos nos aprofundar nesse assunto, porque acreditamos que a nossa cidade nos dá estímulos de sobra para criarmos e nos expressarmos a partir da relação com a própria cidade e com quem está nela.


Em dezembro abriremos nosso diário de bordo para quem tiver interesse no assunto e queira discutir sobre a produção local. Até o dia 02/12, confirmaremos local e horário. Fiquem atentos!



DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO AFOGAMENTO:

Um rapaz chega num ponto de ônibus lotado, segurando um balde cheio de água. Deixa o balde e sai. Em seguida dois outros jovens chegam no ponto e se colocam, cada um ao lado do balde. Mantêm-se parados. Aos poucos iniciam uma movimentação, estabelecendo uma relação entre si e com o balde, numa espécie de coreografia desenhada com movimentos lentos e outros súbitos.